Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo
[email protected]

O presidente Lula está "bombando" e acaba de entrar na lista das personalidades mais influentes do mundo. A avaliação dos cem primeiros dias de governo é positiva, com iniciativas e números que surpreendem diante dos problemas e dificuldades deixadas pelo governo anterior. Aliás, vitórias que podem ser contadas desde antes, como a aprovação da PEC da Transição, que autorizou o novo governo a utilizar R$ 145 bi no Orçamento de 2023 fora do teto de gastos para bancar despesas como o Bolsa Família, o Auxílio Gás e a Farmácia Popular. Proposta que também deu novo arranjo aos R$ 19 bi destinados às emendas de relator, consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.

Um governo democrático, eleito pela vontade do povo, que realizou uma das mais belas posses que já se viu na história deste País. Uma festa para comemorar o alívio do povo brasileiro. O Brasil voltou e a saudade ficou registrada nas lideranças internacionais presentes e/ou representadas. Que pária que nada, o Brasil é do mundo e vamos reconquistar o espaço de respeito que sempre tivemos lá fora.

É o governo da reconstrução, apesar das sequelas deixadas pela pandemia. Infelizmente tivemos o azar de passar por tudo isso, justamente, quando estávamos sendo governados por negacionistas, o que jamais será superado. Além do desmonte público que se espraiou na desconstrução de políticas que levaram anos para serem conquistadas. Nunca se atacou tanto a Lei ambiental como na gestão passada _ alteração de competências, redução de recursos, esvaziamento de conselhos, flexibilização do regramento, enfraquecimento do esforço de fiscalização e controle... Um prejuízo que ainda não conseguimos calcular.

O ritmo agora é outro e é até difícil de comparar com o que estávamos vivendo até pouco tempo. Investimentos públicos em alta, ação efetiva do Estado, reorientação das políticas de atenção à saúde, segurança e educação, políticas de combate à pobreza e garantias de bem-estar social, bem como a retomada das multas ambientais e do esforço de fiscalização na Amazônia e nos demais biomas brasileiros. Mas é na proposta do novo arcabouço fiscal que o governo vem apostando suas fichas e creio que sairá vitorioso. Conquista que se consagrará no Congresso Nacional, pelo bem da nação brasileira.

Portanto, sinais muito positivos, que devem dar plena sustentação ao governo e ampla governabilidade. Algo que terá forte impacto positivo na economia e nas eleições municipais de 2024. E por mais que alguns considerem cedo demais para esta avaliação, eu penso que não. Forças de união para o próximo pleito passarão a se formar a partir das vitórias do governo Lula. O desempenho federal, sobretudo na economia, pode ditar tendências e alterar o cenário político local de qualquer região brasileira, inclusive a nossa.

Quem sabe esteja se projetando uma oportunidade de mudar e mexer no que não vem funcionando a contento. Afinal, são quase duas décadas do mesmo modelo político. E apesar dos inúmeros avanços alcançados, é notável que pioramos no meio ambiente, saúde e saneamento básico. Um cenário que todo dia nos lembra para a necessidade de oxigenar o ambiente político de Pelotas, com novas propostas e ideias, incluindo escolhas mais qualificadas para a Câmara de Vereadores. O que não significa a defesa por novos nomes, pois isso nem sempre se traduz em diferença, nem mesmo quando um novo nome é escolhido para posições relevantes.

A nova onda de prosperidade do governo Lula terá forte influência no arranjo do nosso xadrez político local e as peças do tabuleiro já começaram a ser reunidas para o grande jogo. Por enquanto, são forças dispersas que pendem para o que está aí, mas tudo pode mudar. Inclusive, para este jogo ser justo, seria ótimo que cada uma das peças procurasse deixar claro a posição, dentro de cada movimento. Ou isso ou corremos o risco de enfrentar mais um xeque-mate.